Não Fossem as Sílabas do Sábado

Joana Dória dirige adaptação do premiado romance de Mariana Salomão Carrara, com estreia no dia 5 de julho no Sesc Belenzinho

O espetáculo trata de temas como vida e impermanência, memória e apagamento, maternidade e luto, resistência e recomeços. A dramaturgia é de Liana Ferraz e elenco é formado pelas atrizes Carol Vidotti e Fábia Mirassos

Um trágico e absurdo acidente que muda a vida de duas mulheres é tema de Não Fossem as Sílabas do Sábado, uma adaptação para o romance que rendeu à escritora e defensora pública Mariana Salomão Carrara o Prêmio São Paulo de Literatura em 2023. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Sesc Belenzinho de 5 de julho a 4 de agosto, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h30.

A peça tem direção de Joana Dória, dramaturgia de Liana Ferraz e elenco formado por Carol Vidotti e Fábia Mirassos. A ideia de transportar o romance para o palco surgiu de um encontro casual entre Vidotti e a autora Mariana Salomão Carrara na plateia de outro espetáculo, em junho de 2023. 

“Eu perguntei para a Mariana se ela já tivera um livro seu adaptado para o palco e ela disse que adoraria que isso acontecesse. Nesse instante, a semente do projeto brotou na minha cabeça. Voltei para casa completamente eufórica, entendendo que ‘Não fossem as sílabas do sábado’ era a história que eu vinha buscando para contar numa peça. Tinha lido o livro numa quinta-feira de janeiro e me envolvido profundamente com essas personagens”, revela Vidotti, que assina a idealização da montagem. 

A trama se passa em uma manhã de sábado, quando Ana, que está em uma loja de molduras, liga para seu marido André, pedindo ajuda para carregar o quadro com o pôster do filme favorito do casal. Como a casa dos dois fica ali perto e André está demorando muito, a esposa começa a suspeitar do atraso. 

Um trágico acidente muda a vida de Ana e de sua vizinha Madalena, que moram no mesmo prédio, mas mal se conhecem: o marido de Madalena, ao pular da janela, desaba justamente sobre André. A partir de então, o que une as duas viúvas passa a ser justamente o que as separa. Em uma rotina de ausências, elas vão se aproximando e, juntas, atravessam a dor, a chegada de uma criança e as agruras do recomeço. Assim, nasce uma amizade que, talvez, expanda o que se entende por família.

“O luto vertiginoso que a narradora atravessa, as dores de ter seu plano de futuro perfeito destruído, as dificuldades com a maternidade, e a maneira como, acima de tudo, essas duas mulheres constroem uma relação de amizade e reformulam juntas o entendimento de família eram temas que vinham de encontro às minhas inquietações artísticas”, acrescenta Vidotti

Sobre a sensação de ver seu romance adaptado para a cena, Mariana Salomão Carrara relata: “Descobri que dentro da minha cabeça de escritora, possivelmente dentro de qualquer cabeça de escritora, existe uma espécie de palco. Só me dei conta disso quando vi, num ensaio, as atrizes materializando as palavras que em algum momento escutei dentro da minha cabeça.  Fiquei muito emocionada e perdida ouvindo a conversa num léxico que não é o meu – figurino, sombras, refletores – tentando compreender esse fenômeno que é tragarem para fora do livro e da cabeça de escritora essas vidas e essas dores que parecia que eu estava conhecendo de verdade apenas ali”.

A adaptação da obra para os palcos vem como disparador de temas caros de trazer para o debate público, como vida e impermanência, memória e apagamento, maternidade e luto, resistência e recomeços, amizade e amor. Tudo sob uma perspectiva feminina.

Já a diretora Joana Dória revela que se encantou pelo encontro das duas mulheres. “Mergulhamos no processo criativo querendo fazer peça do romance: manter seus traços estilísticos, suas imagens e adjetivos; explorar seu ritmo, seus fluxos, seus jorros, o transbordamento de palavras; e ter nossa prática teatral movimentada pela matéria da literatura. Como o texto literário pode ser transformado em expressão performativa, sonora, espacial e plástica? Como essas diferentes abordagens textuais podem dialogar entre si na criação cênica, sem que percamos de vista o objetivo simples de ser veículo de uma boa história?”, indaga. 

Além dos temas discutidos pela peça, as artistas destacam a importância de se trazer ao público uma adaptação de uma obra literária, instigando e incentivando as pessoas a tornar o ato de ler, acima de um hábito, uma prática social significativa para um avanço de nossa capacidade de estar no mundo.

Sinopse

Ana e Madalena são vizinhas, moram no mesmo prédio, mas mal se conheciam até um fato trágico marcar a vida das duas e mudar os rumos de suas histórias. O marido de Madalena, ao pular da janela, desaba justamente sobre o marido de Ana. E, a partir disto, o que as une é o que as separa. Na rotina das ausências, as duas viúvas vão se aproximando: atravessam a dor, a chegada de uma criança, as agruras do recomeço. Nasce uma amizade, que talvez expanda o que se entende por família. Não fossem as sílabas do sábado é uma adaptação teatral do romance homônimo de Mariana Salomão Carrara.

Bate -papo

Com Mariana Salomão Carrara, Carol Vidotti e Liana Ferraz
A recriação do romance “Não fossem as sílabas do sábado” no teatro

Dia: 03 de agosto de 2024
Horário: das 16h às 18h. 
Local: Área de Convivência

Ficha técnica

Idealização
Carol Vidotti

Elenco
Carol Vidotti e Fábia Mirassos

Direção
Joana Dória

Autora
Mariana Salomão Carrara

Dramaturgia
Liana Ferraz

Direção de movimento
Nina Giovelli

Assistência de direção
Abel Xavier

Trilha Sonora e operação de som
Pedro Semeghini 

Cenografia
Andreas Guimarães

Figurino
Érika Grizendi

Visagismo
Fábia Mirassos

Projeções, mapping e operação de vídeo
Vic Von Poser 

Desenho e operação de luz
Henrique Andrade 

Direção técnica
Giovanna Gonçalves

Fotos
Tomás Franco

Designer gráfico
Renan Marcondes

Intérprete de LIBRAS
Mirian Caxilé e Felipe Medeiros

Assessoria de imprensa
Pombo Correio

Apoio Cultural
Instituto Brasileiro de Teatro – IBT

Direção de Produção
Marisa Riccitelli Sant’ana e Rachel Brumana

Produção executiva
Dani Correia e Paula Malfatti

Assistente de produção
Beatriz Falleiros

Gestão
Associação SÙ de Cultura e Educação

Serviço

Não Fossem as Sílabas do Sábado

Temporada: 5 de julho a 4 de agosto de 2024*

Às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h30

Sesc Belenzinho – Sala Espetáculos II – Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho

Ingressos: R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia-entrada) e R$12,00 (credencial plena)

Vendas online em sescsp.org.br. Venda presencial em qualquer unidade do Sesc São Paulo

Telefone: (11) 2076-9700

@sescbelenzinho

sescsp.org.br/belenzinho

Classificação: 14 anos

Duração: 1h20

Capacidade: 120 lugares

Acessibilidade: apresentações com tradução em LIBRAS acontecem nos dias 20 e 21 de julho. Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

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